sábado, 1 de dezembro de 2012

Cristianismo: meu estilo de vida ou marketing social?




 
            Nunca fui conformada com a forma dogmática com a qual algumas (muitas) pessoas interpretavam o cristianismo. Nasci e fui criada em um lar cristão, em uma denominação pentecostal tida como tradicional mas graças a a Deus, sempre fui instigada por meus pais a pensar sozinha, a ter minhas próprias experiências com Deus e não apenas ser mais uma “filha de crente”. E quanto mais fundo eu ia, mais essa visão engessada me incomodava.
            Transformações foram ocorrendo... e hoje temos liberdade para adorar a Deus com intensidade, sem rituais vazios.
            O problema é que nos livramos de uma doença e adquirimos outra: a síndrome do cristão marketeiro.
            O incômodo que eu sentia voltou ao me deparar com o crescente número de jovens cristãos marketeiros. É muito fácil identificá-los, estão espalhados, principalmente, pela rede mundial de computadores. Perfis no Twitter com descrições do tipo “filho(a) do Rei”, “cristão(a)” e o clichê “evangélico(a)”; no Facebook, milhares de pessoas se preocupam em definir sua religião como “cristão – protestante”. Curtidas e compartilhamentos dos status do EuEscolhiEsperar, criação de eventos sobre as programações dos jovens na igreja... e só. São super crentes quando estão online, criam uma personagem. Mas ao ficarem “offline” (perdoem-me a falta de criatividade), esquecem os princípios da espera e se envolvem com qualquer um que estiver na “baladinha” e se quer comparecem aos eventos da igreja divulgados por eles mesmos no Facebook.
            Não estou dizendo que seja errado propagar nossa fé na internet. Lembrem-se: a boca fala daquilo que está cheio o coração. A questão é a hipocrisia que venho observando por aí. Nós DEVEMOS SIM propagar o amor de Jesus. Entretanto, lembremos-nos que não há marketing melhor que o comportamento social. Não adianta ter perfis cristãos e emitir comportamentos contrários aos ensinamentos bíblicos. O marketing acaba tendo um efeito contrário. Ao invés de divulgar o amor de Cristo pelo mundo, alguns o estão difamando. “Fulano diz que é crente mas ama falar besteirinhas no intervalo! Crente é tudo hipócrita mesmo.”. “Beltrano vive compartilhando mensagenzinha contra movimento GLS e diz que Deus os ama e mimimi mas na faculdade só critica o gay. Cadê o amor que ele prega na igrejinha dele?”.
            Adianta escrever “CRENTE” em CAPS LOOK, negrito e itálico na testa e não ter o Espírito Santo agindo dentro do coração?
            Perfis da internet não são salvos, muito menos garantem salvação. Você não vai pro inferno por não compartilhar aquela foto da cruz. Mas se continuar discriminando o outro, difamando e rejeitando os ensinamentos do Mestre, aí sim, é taxo, meu amigo.
            Sejamos sábios no andar, falar, agir e escutar, para que a Cultura do Reino alcance os confins da Terra. Sem hipocrisia, sem falso testemunho; apenas com um coração contrito, sincero e adorador.
 Jataí, 30 de Novembro de 2012.
 Wandielly Ramaianne.



3 comentários:

  1. Realmente as pessoas tendem a ter um comportamento na web diferente da realidade. É mais ou menos o que acontece com os motoristas que muitas vezes "encarnam" uma personalidade diversa da real.

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  2. Realmente algumas pessoas assumem uma personalidade diversa da real diante do mundo virtual.

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  3. Ual, ta escrevendo muito bem, com ótimas ideias,!! parabes UEND=D

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Obrigado pela Participacao!! Deus abencoe!