Nunca fui
conformada com a forma dogmática com a qual algumas (muitas) pessoas
interpretavam o cristianismo. Nasci e fui criada em um lar cristão, em uma
denominação pentecostal tida como tradicional mas graças a a Deus, sempre fui
instigada por meus pais a pensar sozinha, a ter minhas próprias experiências
com Deus e não apenas ser mais uma “filha de crente”. E quanto mais fundo eu
ia, mais essa visão engessada me incomodava.
Transformações
foram ocorrendo... e hoje temos liberdade para adorar a Deus com intensidade,
sem rituais vazios.
O problema
é que nos livramos de uma doença e adquirimos outra: a síndrome do cristão
marketeiro.
O incômodo
que eu sentia voltou ao me deparar com o crescente número de jovens cristãos
marketeiros. É muito fácil identificá-los, estão espalhados, principalmente,
pela rede mundial de computadores. Perfis no Twitter com descrições do tipo
“filho(a) do Rei”, “cristão(a)” e o clichê “evangélico(a)”; no Facebook, milhares
de pessoas se preocupam em definir sua religião como “cristão – protestante”.
Curtidas e compartilhamentos dos status do EuEscolhiEsperar, criação de eventos
sobre as programações dos jovens na igreja... e só. São super crentes quando
estão online, criam uma personagem. Mas ao ficarem “offline” (perdoem-me a
falta de criatividade), esquecem os princípios da espera e se envolvem com
qualquer um que estiver na “baladinha” e se quer comparecem aos eventos da
igreja divulgados por eles mesmos no Facebook.
Não estou
dizendo que seja errado propagar nossa fé na internet. Lembrem-se: a boca fala
daquilo que está cheio o coração. A questão é a hipocrisia que venho observando
por aí. Nós DEVEMOS SIM propagar o amor de Jesus. Entretanto, lembremos-nos que
não há marketing melhor que o comportamento social. Não adianta ter perfis
cristãos e emitir comportamentos contrários aos ensinamentos bíblicos. O
marketing acaba tendo um efeito contrário. Ao invés de divulgar o amor de
Cristo pelo mundo, alguns o estão difamando. “Fulano diz que é crente mas ama
falar besteirinhas no intervalo! Crente é tudo hipócrita mesmo.”. “Beltrano
vive compartilhando mensagenzinha contra movimento GLS e diz que Deus os ama e
mimimi mas na faculdade só critica o gay. Cadê o amor que ele prega na
igrejinha dele?”.
Adianta
escrever “CRENTE” em CAPS LOOK, negrito e itálico na testa e não ter o Espírito
Santo agindo dentro do coração?
Perfis da
internet não são salvos, muito menos garantem salvação. Você não vai pro
inferno por não compartilhar aquela foto da cruz. Mas se continuar
discriminando o outro, difamando e rejeitando os ensinamentos do Mestre, aí
sim, é taxo, meu amigo.
Sejamos
sábios no andar, falar, agir e escutar, para que a Cultura do Reino alcance os
confins da Terra. Sem hipocrisia, sem falso testemunho; apenas com um coração
contrito, sincero e adorador.
Realmente as pessoas tendem a ter um comportamento na web diferente da realidade. É mais ou menos o que acontece com os motoristas que muitas vezes "encarnam" uma personalidade diversa da real.
ResponderExcluirRealmente algumas pessoas assumem uma personalidade diversa da real diante do mundo virtual.
ResponderExcluirUal, ta escrevendo muito bem, com ótimas ideias,!! parabes UEND=D
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